terça-feira, 26 de julho de 2011

DENUNCIA DA PROFESSORA AMANDA GURGEL

A denúncia da professora do Rio Grande do Norte, Amanda Gurgel, lembrou-me de uma recomendação que fiz, há pouco tempo atrás, sobre o PNE 2011, proveniente do governo federal. Em um dos parágrafos comentei sobre a questão dos professores que são mal pagos e das escolas que possuem infra-estrutura educacional precária, etc.                        
O depoimento lembrou-me que o ENEM sugerido pelo MEC, na realidade, acaba sendo imposto ao país porque a universidade federal dependente economicamente do governo deixa de angariar benefícios no financiamento recebido. Esse fato, entre outras razões, frustra um tanto quanto os membros da administração que ao deixar de perceber alguns auspícios, dentre outros aspectos, receiam pela geração de dificuldades que não poderiam solucionar.                                                                                               
 Lembrei-me de que o vestibular iniciou no Brasil em 1911. Na época era chamado de exame de admissão. Possuía uma prova escrita e uma oral. Para fazer a inscrição  eram autorizados somente       aqueles egressos das escolas de elite. Em 1915, o exame de admissão mudou o nome para vestibular. Em 1960, apareceram as questões de múltipla escolha. Agora mais recentemente pretende-se mudar novamente o nome para ENEM, que dentre outros objetivos visa também à diminuição de gastos.                              Lembrei-me de que a Constituição no que se refere à questão do acesso ao ensino superior diz que: “o acesso deve ser segundo a capacidade de cada um”. Esse princípio, no entanto, não esclarece que a capacidade é obtida em função das oportunidades de estudos. A situação existente atualmente na sociedade criou uma opressão que impõe poucas oportunidades aos menos favorecidos. É um equívoco deixar de atender a demanda que o ensino nos três níveis recebe com as condições necessárias de qualidade.                                                                                        Lembrei-me de que a essa altura dos fatos, o PNE2011, apresentado pelo governo ao congresso procura, dentre outras medidas, regularizar o ENEM.  Planos que melhorem esse ou aquele aspecto da educação são dispersivos, onerosos, desnecessários. Este procedimento de atenuar a  grande deficiência escolar existente, foi adotado por  governos anteriores. Quando deixaram a administração, à situação ruim de coisas continuou simplesmente como disse a professora Gurgel. É preciso  adotar  medidas que solucionam a questão.                                                                        Lembrei-me das decepções que tive devido às diversas vezes que me pronunciei sobre esse assunto referente ao acesso no ensino superior, nas muitas e diferentes reuniões de que já participei. Nunca encontrei resposta do outro lado. A professora Gurgel discorreu mesmo foi sobre as aspirações de melhoria na educação que a sociedade em geral possui. Existem fatos que não podem ficar na penumbra. A professora mostrou uma consistência inquestionável.                                                                                         O procedimento explicitado pela docente potiguar consistiu, na verdade, em um dever do funcionário público. É preciso mesmo trabalhar com transparência absoluta. Se não houver o depoimento sobre a educação calamitosa, o funcionário público pode estar prevaricando. A docente não queria desestabilizar nenhum governo porque não se deve politizar esse assunto que não depende de posição partidária.                                       A situação educacional indecente, alertada pela Gurgel e que promoveu indignação geral, representa um acinte para toda a população. É preciso organizar a luta de modos a fazer com que o sonho se torne realidade através do trabalho incessante. Será pelo dialogo que se irá avançar e obter mudanças significativas.                                                                             Não deve haver nenhuma cumplicidade com a educação deficitária e em crise. Infelizmente, atinge-se essa situação de descaso, porque aqueles que possuem calos deixados pela caneta e pelo giz na mão, ainda são a minoria
Walmirton

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