quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O BRASIL FRACASSOU NA OFERTA DO ENSINO SUPERIOR

            Desde a sua criação por Dom João VI em 8 de fevereiro de 1808, as faculdades não conseguiram, ao longo do tempo,  formar os jovens no Brasil. Da quantidade de estudantes no país ingressam nos cursos superiores, nos dias de hoje,  pouco mais de 20%. A idéia de que nem todos cursarão a faculdade e que o curso técnico de nível médio existe para aqueles que não conseguem acessá-la, consiste no mínimo, em um desapreço elitista. Porque o ensino superior para uns e para outros não? Não deveria ser uma decisão pessoal de cada um? Porque na realidade ocorre a opressão? 
Quem não está ciente de que a pesquisa técnica e inovadora que conduz ao desenvolvimento é dependente da formação desses jovens? Não serão eles que agregarão valor ao trabalho e atrairão os melhores salários? Não serão os discípulos   deixados ao Deus dará, que uma vez formados irão promover o crescimento? Não é esse o caminho para ascensão social? É preciso priorizar a educação e estimular o país para que se torne obcecado por ela.                                                                                       
A educação é o bem público mais importante que se possui e precisa ser considerada como tal.  Entra governo e sai governo e melhoram somente esse ou aquele aspecto da educação que continua capengando sem fim. Porque existe diferença  entre o número de pessoas da parada gay e da parada contra a corrupção?  De qualquer forma, o fato é que não resolvem a questão da educação. Contentam-se com realizações pequenas.              Um processo para votação no Congresso Nacional e que trate da isenção do imposto de renda para professores exemplificaria a sublimidade da missão desses profissionais. Cabe ao mestre encurtar a difícil caminhada de aprendizagem do povo, fazendo jorrar luz que desponta a dignidade humana. No entanto, mais justo seria se o docente pudesse pagar o imposto porque recebe uma remuneração digna da sua produção.                        
 As faculdades particulares possuem cinco vezes mais alunos. O número de formandos nas federais representa cerca de 10% do pequeno número total de formandos do país. Pior ainda, apenas 28% das matrículas são de cursos noturnos. É preciso conscientizar e compreender que a educação em si é mais importante para a vida saudável do que qualquer outro benefício que se possa adquirir através dela.                            
 Infelizmente existe uma maioria no país que não estudou suficientemente e, portanto torna-se muito complexo o convencimento sobre os benefícios da educação. Essa maioria não exige o ensino de qualidade. Como exigir se não sabem o que é isto? Infelizmente, o ensino superior principalmente o federal, é ainda destinado a elite. Permaneço estupefato sem saber o que dizer, quando observo a falta de iniciativa dos dirigentes de modo geral, incluindo os políticos, quando se considera a falta de ações que solucionam a questão dessa educação ineficiente que é destinada ao povo.                                          
  Se houvesse a federalização do ensino nos três níveis, obter-se-ia mais facilmente a mobilização geral pela educação. O desafio é grande, mas possível de ser realizado. Se houvesse menos trabalho de gestores para satisfação de interesses menores, pessoais ou de grupos e mais trabalho dedicado as necessidades da sociedade, a solução para a educação seria encontrada em pouco tempo como na Coréia do Sul, por exemplo.                                                                                                                
No Brasil, existe pessoal preparado que sabe o que fazer nesse sentido, mas não se observa a determinação política  para percorrer esse caminho, desde 1808. Dos estudantes entrevistados, 73% não concordam com a forma de ingresso na universidade federal através dessas provas de vestibular. Segundo eles, o que deveria ser feito é elevar a qualidade do ensino e o número de vagas através  de mais instituições escolares.