terça-feira, 9 de julho de 2013

A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO E DA MEDICINA

                 Um deputado federal apresenta no contracheque um salário mensal de cerca de R$ 142 mil reais, incluso os benefícios,  chegando a receber os estonteantes hum bilhão por ano1. O valor de toda a exportação brasileira anual de soja corresponde a 5,2% desse total2. Note que o índice representa cerca de 52 milhões de toneladas de grãos. Se um caminhão suporta 35 toneladas, haveria necessidade de 1560 caminhões para transportar apenas os 5,2%.                                                                          
            Os inquilinos do poder, definitivamente, não despertam confiança.  No entanto, artigos de opinião que porventura possam ser divulgados, conscientiza no sentido de evidenciar alguns exemplos ruins que conduzem a carência de qualidade na saúde e educação  pública, ofertada  à população. Um deputado valer, em termos salariais, 154 professores, certamente lembra a situação absolutista que existia em 1600 na época do rei Luis XIV, na França, que dizia: “O estado sou eu”.                                                     
              Onde estão as providências que elevam a qualidade da educação e saúde que deixaram de ser adotadas há muito tempo atrás? Ao votar e aceitar todos esses benefícios em causa própria, os políticos revelam muita distancia do povo que deveriam representar. Existe a improbidade administrativa, inclusive no andar de cima e o pior ainda, deixa-se entender que as questões de fundo, não são abordadas, por mero interesse político pessoal ou de grupo.                                                                     
               Os estádios espetaculares de futebol, recentemente construídos pelo país, são bons exemplos de associação do governo com empreiteiras particulares, que evidenciam o conhecimento tecnológico revestido de elevada competência para a construção de obras complexas, modernas e que funcionam bem, impressionando todo o mundo.      Porque não se usa todo esse conhecimento técnico para também se construir escolas maravilhosas? Porque não se atende ao povo e se constrói hospitais belíssimos por todo o país!                                       
                Qual será o lucro da FIFA na copa do mundo? Pagará algum imposto? Compare os gastos do Brasil na copa  com as despesas realizadas pela África, Japão e Alemanha  no mesmo evento. As manifestações de rua gigantes ocorridas recentemente foram legítimas, justas e democráticas. O governo pressionado pela enorme perda de popularidade, após bater cabeça,  enviou de cima para baixo, como de costume, um pacote de medidas para a área da saúde. Enfim, decidiu contratar, por cerca de dez mil reais mensais, os médicos que dessa vez irão atender o povo do  interior.                                                                                                     
                  As observações  construtivas a se fazer, seriam:
i.                   Elevar a duração do curso por dois anos após a formação torna-se injusto. Principalmente sobre aqueles que se formam em faculdades particulares. Isso é verdade até mesmo se houver o pagamento de bolsa.
ii.                 Porque não exigir também essa “obrigação civil” das outras profissões tão importantes como a de professores, por exemplo?
iii.              Docente universitário público federal, com regime de dedicação exclusiva, titular, mestrado e trinta e cinco anos de tempo de serviço, não ganha nem mesmo a pouca atraente remuneração  do médico no início da carreira. Aliás, o contrato não está envolvido em carreira com deveres e obrigações estabelecidas.
iv.              Exigir que alguém depois de formado trabalhe em local que não escolheu é no mínimo temerário. O profissional necessita escolher o local de trabalho. Deve se sentir bem para que exista a produção adequada.
v.                 Não exigir do médico que saiba o idioma brasileiro é desvalorizar o português que consiste no quinto vernáculo mais falado no mundo. Seria permissão para a invasão da soberania? Não se  dificulta a prevenção e o tratamento? Quem vai entender o pessoal dizer: “Tenho a língua cheia de áfricas”? “Tenho uma dor na espinhela”? Será que no “pacote” se exige a construção da infra-estrutura obrigatória para o trabalho?
vi.              Equivoca-se ao não ser exigida a revalidação. Nesse serviço, como a educação, a qualidade é imprescindível.
Referências:

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