terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A PARTIPAÇÃO DA COLETIVIDADE NA EDUCAÇÃO

Quando assumi cargo administrativo na Universidade Federal, durante muitos e muitos anos, o plano de gestão foi elaborado por mim, pelo corpo docente, discente e pelos funcionários. Logo, as metas de melhorias a serem atingidas e que constavam do plano gestor, norteavam as ações e eram provenientes da demanda que existia na comunidade acadêmica.
         Uma dificuldade a ser enfrentada  para elevar a qualidade do ensino diz respeito justamente a essa questão. A população não participa das decisões sobre os investimentos realizados pelos governos na área do ensino gratuito. Não apresenta nenhuma demanda que possa refletir na qualidade do trabalho prestado. Os dirigentes dos cargos públicos, por sua vez, em maior parte, não pertencem à área acadêmica e não consultam a população a respeito.  Em conseqüência, a dotação orçamentária é destinada para assuntos diversos que são aqueles que apresentam demanda.
         Seria vantajoso se o próprio gerente administrativo empossado em cargo público adotasse de alguma forma as diretrizes de trabalho acima mencionadas. A política pública estabelecida para o sistema escolar está equivocada. Já de muito tempo atrás, sabe-se que a qualidade do ensino é ruim. Estimular a participação popular nas decisões relativas à pasta da educação aumentaria as possibilidades de acerto. Inclusive porque, o chefe do executivo é um representante dos anseios de melhoria do povo. Que seja desenvolvido esforço no sentido de aproximar a coletividade da educação. A greve rotineira é banalizada e consiste em um instrumento de luta para ser adotado em último caso. Observe que a partir do instante que as pessoas são esclarecidas elas se mobilizam mais facilmente e as “coisas” acontecem.
          Não existe a compreensão popular, até hoje, que o investimento atual em educação pública deixa a desejar. É fácil  observar que não há sensibilização da comunidade para exigir a qualidade no ensino. Compare alguns sites, por exemplo, que discorrem sobre temas de educação, com aqueles que divulgam notícias relacionadas à violência. Os primeiros despertam pouco interesse e os últimos, em pouco tempo, registram centenas de   acessos.
         Segundo o marques de Condorcet1 (1743-1794), “um povo ignorante, i.e., sem qualidade de educação é sempre escravo. Diz  ainda o marques: “o povo é soberano em conseqüência do conhecimento que adquire”. “A educação fundamental e média não é somente para a burguesia e nem somente uma preparação para a universidade”. “Não adianta oferecer instrução de qualidade para alguns, se todos não puderem recebê-la”.

Referências
1-             http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/condorcet-revolucao-francesa
        

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