segunda-feira, 20 de maio de 2013

A EDUCAÇÃO E O PIOLHO

         A falta de liberdade de expressão na sociedade, foi um  aspecto que contribuiu sobremaneira, para gerar o nazismo na Alemanha. Esse regime político ditatorial, todos sabem, conduziu aquele país a bancarrota na década de 1940, produzindo uma guerra mundial. O cidadão era proibido de pensar! Deixava isto para o Estado Totalitário! Ainda bem que por aqui, nesses anos de 2013, há liberdade de expressão apesar do temor de alguns. Apesar das amarras, negociações e conchavos políticos, aonde a maioria “tratora” a minoria.                                                            
Dias atrás estive visitando uma escola diurna, de ensino fundamental, situada no Distrito Federal (DF). A instituição é considerada uma escola rural. A escolha do local aconteceu em decorrência do conhecimento de que os professores contratados pelo governo do DF percebem salários, cujos valores são mais elevados, quando comparados com aqueles de outros estados e também pelo  que se diz, apresenta boa infra-estrutura escolar.                  
Em conversação com as docentes, fiquei surpreso, assustado, indignado, triste até agora, com  a situação que é pior do que se imagina. Somente visitando essas escolas se podem compreender as condições ruins que reveste o trabalho do magistério. A professora relatou que ao se dirigir para o local de trabalho na periferia, teme muito pela segurança porque a violência nas cercanias é comum: roubos, assaltos, seqüestros, furtos, uso e tráfico de drogas, desrespeito, etc.                                           
A professora mostrou que quando o telefone celular é acionado as crianças correm para vê-lo, muito curiosos e alegres, pedem para conhecê-lo! Não sabem até hoje que o celular existe e muito menos o tablet. Outra docente afirmou que boa parte dos alunos se dirige para a escola, sujos, oriundos de fazendas e chácaras. Temerosa, observa o cabelo a todo o momento, receando “pegar” piolho encontrado usualmente nas crianças roceiras e que contaminam todo o ambiente.             
 Infelizmente, escutei ainda do corpo docente, que um aluno, falava para todos que a sua mãe é prostituta. Alardeava que ganhava muito dinheiro! Estava orgulhosa, pagava as  contas. Percebe-se, portanto, que ocorre diariamente, a transferência da responsabilidade de criação dos filhos, pelos pais, para a escola. Essa distorção social sobrecarrega e torna precária a instituição que não possui essa função. A escola nesse assunto, pelo que se entende, é uma continuação do lar, isto é, uma complementação, não cabendo  substituir a orientação e a educação paterna.                                                                                   
É bem verdade que se deve cobrar dos inquilinos do poder a falta de prioridade na educação. Esse procedimento de adotar simplesmente essa ou aquela medida que visa atenuar um problema ou outro e ainda promover exploração política do benefício que porventura exista, qualquer um faz. É fácil, “enrola” e nada resolve.  Perenizar, essa situação de carência, será que rende frutos? Porque é rara a discussão sobre a qualidade da educação no congresso nacional? No entanto, é bem verdade que nem tudo cabe a administração “aparelhada” resolver. Os pais também devem ser cobrados pelo exemplo, abandono e demais responsabilidades.                                                          
O programa Bolsa Família, de caridade com o “chapéu alheio” e também de exploração política, contempla mais de treze milhões de pessoas. Não será o caso de se pensar no que fazer para que esse pessoal não precise da bolsa? Seria pela qualificação?

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