quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

NÃO BASTA SOMENTE CRITICAR A EDUCAÇÃO RUIM

         O que é preciso para elevar a qualidade da educação oferecida à população por força de lei? Não basta somente criticar porque o problema é complexo e de solução difícil. A crítica, por si, contribui pouco para a melhoria. Não vai desencadear os mecanismos necessários para modificação da situação ruim. 
        Os interesses de grupos que assumem o poder são fortes e dirigidos para outros assuntos. E o pior, a principal interessada, a sociedade, principalmente os menos favorecidos, também não desenvolvem trabalho nesse sentido porque não compreendem a forma de funcionar dessa triste realidade.                                  
Trabalhei durante o correspondente a 37 anos em universidade pública, assumindo vários cargos de administração durante muitos anos em regime de dedicação exclusiva. Tive a oportunidade de observar durante todo esse tempo, somente uma vez, um rápido e curto processo de fiscalização da qualidade do trabalho do professor, por auditores fiscais do MEC. Em outras palavras, é preciso promover muito mais esses exercícios de auditagem, tornando-os rotineiros. Dessa maneira, forma-se um clima salutar ao trabalho de qualidade que é esperado por todos.
         Além disso, é importante aperfeiçoar o controle legislativo que dispõe sobre o tema. O detalhamento dos procedimentos legais a serem assumidos pelo pessoal da educação, com a escola incluída na discussão relativa à elaboração das Leis, contribuiria sobremaneira. Por exemplo, não seria vantajoso para a comunidade exigir mais rigor na qualidade do quadro docente dos três níveis de ensino? Nesse caso não seria preciso adoção dos procedimentos de valorização da carreira?
         O mecanismo mais importante a ser desenvolvido visando atingir a qualidade na educação, diz respeito à cobrança da sociedade que deve apresentar a sua demanda aos governantes. Esse procedimento parece ser o mais difícil, tornando-se o maior entrave. Devido a questões culturais, dentre outras, não há organização suficiente que garanta o hábito de participar das decisões na escola e nem de imputar responsabilidade ou cobrar os procedimentos de melhoria daqueles que assumem os diferentes cargos administrativos.                                                      
São os diferentes segmentos representativos da sociedade organizada, que poderiam apresentar iniciativas objetivando iniciar, ampliar e financiar a promoção das relações entre si, visando estabelecer e manter um plano de ação conjunto, interrompendo a ineficácia existente.                                               
  As Associações de Classe, através de moção de apoio e pelo uso da descentralização dos trabalhos que seriam suprapartidários, designariam alguns de seus filiados interessados em criar a “frente pró-qualidade” que buscaria as diferentes causas, maiores e menores do ensino ruim. Estaria, portanto, criado pela sociedade um instrumento ativo de acompanhamento da oferta de ensino para todos.                           
 A concentração de forças dirigidas em um mesmo sentido e  oriundas das diferentes organizações classistas, teria condições plenas de obtenção de bons resultados na solicitação de melhorias e na re-organização geral da educação. Se houver pedidos provenientes dos usuários de diferentes segmentos da sociedade e que por sua vez, mantém um trabalho de vigilância permanente, acredita-se que as autoridades competentes se esforçariam muito mais no atendimento das modificações necessárias.

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