terça-feira, 29 de novembro de 2011

UM POUCO E HISTÓRIA (II)

Após a reeleição para Presidente do Colegiado dos Cursos de Ciências Biológicas do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás, observamos que esses Cursos estavam bem classificados no que se refere à qualidade.   Sabíamos, naquele tempo, que o corpo discente não possuía o Centro Acadêmico (CA), como entidade representativa. Não havia interesse em construí-lo. Diversas vezes orientamos o alunato neste sentido que alegavam inexperiência, apartidarismo, falta de tempo, etc.                                                                          
Após insistir no tema, decidiram elaborar o regimento,  eleger os membros da diretoria e fundar a entidade.  O local da sede foi   uma sala improvisada, concedida pela Diretoria do Instituto a quem cabia administrar a falta de espaço existente. Essa sala, no entanto, era requerida por professores para laboratórios de pesquisa.  Muita discussão, atritos e enfretamentos processuais ocorreram a respeito. A concessão provisória tornou-se definitiva. Esclarecíamos que o  CA era uma exigência oficial do MEC para todos os Cursos de Graduação. As alegações não foram entendidas  e passamos, desde então, a sofrer  hostilidade.                         
     Era fácil entender. Qualquer melhoria, por menor que fosse, exigia esforço para enfrentar interesses diversos, inclusive aqueles contrários ao bem comum. Uma das dificuldades do Curso de Biomedicina, por exemplo,  era a de que  não possuía laboratório próprio para realização do estágio curricular obrigatório. A Coordenação  tinha que necessariamente, celebrar convênios com laboratórios públicos municipais, estaduais ou particulares. Nesse sentido, solicitamos à reitoria e ao Conselho Universitário, através de instrução processual, a construção do referido laboratório.
            Qual não foi a nossa surpresa. Ao invés do laboratório recebemos um processo onde constava pedido para fechamento do Curso. Pior ainda, a Câmara de Graduação aprovou o pedido e encaminhou o processo para o Conselho de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura (CEPEC), a quem cabia como última instância, adotar posicionamento a respeito.  Cientificado do problema, adquiri orientação advocatícia despendendo recursos próprios.  Procurando evitar o prejuízo, principalmente, para a população defendemos judicialmente o Curso no âmbito universitário. Na oportunidade em que o relator apresentou seu Parecer favorável,  corroborando a decisão da Câmara, nos estávamos substancializados pelos estudos realizados e apresentamos ainda defesa oral no CEPEC, defendendo a continuação e melhoria da Biomedicina. A sábia decisão do Conselho Superior nos foi favorável e beneficiou o povo. No entanto, nunca  conseguimos construir o dito laboratório.                                                 
Outra dificuldade recorrente era o fato de que os formandos reclamavam porque não conseguiam obter as cem (100) horas de atividades complementares exigidas na grade curricular  para a formatura. Visando atenuar a questão criamos então, sob muita crítica, o que se deliberou chamar de Semana Científica. Tratava-se de um encontro onde se discutia o Curso, assistiam-se palestras,  mini-cursos, mesas redondas, etc. Vários docentes adotaram posições contrárias. Não queriam dispensar os alunos das atividades normais como aulas, provas, etc, alegando que não conseguiam concluir os programas das disciplinas. Eram contra a ociosidade e as atividades “festivas” propostas pela Coordenação.        
Percebendo que não iríamos convencer a oposição, decidimos, alguns poucos, iniciar essa atividade que considerávamos tão importante quanto qualquer outra constante da grade curricular. A primeira Semana Cientifica, foi realizada em um auditório do Instituto e contou com cerca de 10 pessoas entre alunos, professores e funcionários, que destemidos, enfrentavam ameaças e represálias.  Com o passar dos anos, a Semana Cientifica foi crescendo e enriquecendo a programação. Quando  colocamos os alunos para organizar o evento sob a orientação de docentes, houve um salto de qualidade significativo.  A avaliação realizada sobre o último evento há muito tempo atrás, foi bastante positiva. Havia mais de quatrocentos inscritos que, inclusive pagavam a inscrição. A satisfação foi grande quando observávamos o envolvimento e a contribuição da maioria do corpo docente. Havia participação de empresas relacionadas aos Cursos, de estudantes de outras faculdades e até mesmo de  campus avançado da UFG.
           

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