terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

DIFICULDADES NO MAGISTÉRIO


i.                     Licenciatura
                Tive a grande oportunidade na vida de cursar a  Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, na Universidade de Brasília, em período de horário integral e durante a década de 1970.  Pretendia naquela época lecionar no ensino médio e auxiliar o desenvolvimento, trabalhando com a educação gratuita, destinada a população por força de Lei.
ii.                   Especialização
         Infelizmente, as circunstâncias não permitiram o  ingresso no sistema educacional do Distrito Federal, uma vez que decidi cursar a Pós-Graduação visando elevar a qualidade do trabalho a ser oferecido. O trabalho exigia  horário de tempo integral e muito envolvimento. No final do Curso, teria que elaborar uma dissertação oriunda de pesquisa inédita.
iii.                  Tempo
         Os Cursos apresentavam elevada especialização e houve em verdade, preparação adequada, até mesmo no exterior, para  a assumência do magistério público superior. Dessa forma, envolvido completamente com o terceiro grau, não houve tempo suficiente para efetivar o sonho de trabalhar com o ensino médio estatal.
iv.                 Experiência
         No entanto, as atividades intensas de ensino, pesquisas, administração e extensão, desenvolvidas na Universidade Pública Federal, durante cerca de trinta e sete anos de serviço, em dedicação exclusiva, possibilitou angariar  alguma experiência pela observação de escolas do ensino médio e fundamental da região, financiadas pelo estado e município, respectivamente.
v.                   Buraco
         Quais não foram a minha surpresa e espanto quando no recinto da escola me deparava com problemas sérios de infra-estrutura. Uma vez, coordenando a aplicação de provas em concursos, observei uma reclamação dos candidatos.  Chovia na cadeira que estavam realizando o exame. Havia um enorme buraco no teto! Faltavam aproximadamente cinqüenta telhas.
vi.                 Iluminação
         Outra vez, trabalhando ainda em concursos, fui vistoriar no dia anterior, o recinto onde seria aplicado o teste. Tive que apressar a compra de lâmpadas para todas as salas de aulas porque a escuridão dificultava a leitura. Infelizmente ocorreu nova surpresa. Não havia possibilidade de ligar as lâmpadas devido ao defeito na caixa de disjuntores.
vii.                Água para beber
         Em outras ocasiões faltaram carteiras e material de limpezas para banheiros que se encontravam intransitáveis. No instante em que cerca de seiscentos candidatos adentravam o ambiente para realização do concurso, no período vespertino, onde a temperatura é mais elevada, descobriu-se que a escola não possuía água potável para beber.
viii.              Falta de água
         Era dia acalorado de domingo. O concurso em andamento com todas as salas lotadas. Um furo em um cano enferrujado possibilitou que toda a água da caixa pudesse vazar. Deixou todos sem o líquido precioso. Houve candidato que chamou a polícia em decorrência do fato. Nesse caso, a polícia militar desentendeu-se com a civil e complicou  ainda mais a situação.
ix.                 Desenvolvimento
         Não havia relógio e nem campainha! Sem biblioteca e nem laboratórios. E o pior era o quadro de docente mal remunerado e com qualificação deficiente. Onde estava o cuidado  com a coisa pública mais importante da sociedade? A escola que forma o pessoal e que resolve os problemas de educação, saúde, segurança, transporte, crescimento, etc.
x.                   Modificar a preparação
         Cada vez que participava das atividades de extensão me preparava para enfrentar as situações inusitadas. A decepção freqüente revela a importância de se promover alterações na preparação de professores a fim de que possa tentar solucionar questões não relacionadas diretamente à sala de aula. São aquelas sob o  encargo das famílias, estados e municípios.
xi.                  Carvão como giz
         A escola de ensino fundamental apresentava algo de anormal. Não havia quadro negro e a professora adquiriu um pedaço de “madeirite.” Como não tinha giz, usava um pedaço de carvão para escrever. Torna-se evidente a necessidade  do MEC abandonar  os  antigos procedimentos imperiais e interferir na oferta de ensino com qualidade equitativa ao povo.

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