quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
domingo, 18 de dezembro de 2016
sábado, 10 de dezembro de 2016
O ENSINO E O “APARELHAMENTO” POLÍTICO DE INSTITUIÇÕES
i. Gestão
administrativa
É de conhecimento geral no Brasil que a
qualidade do ensino público, principalmente o fundamental e o médio, é muito
ruim. Essa constatação se deve também ao modo de preenchimento dos cargos
administrativos. Estabeleceu-se no país
a indicação visando à sustentação política. A esse fato se decidiu
chamar de “aparelhamento” da entidade.
ii. Partidarismos
Nesse caso, a
instituição que é geralmente pública estatal, recebe a lotação de um político
para assumir a chefia. Por isso, a administração, muitas das vezes, ocorre conforme
os interesses menores e partidários. Não é de se admirar, portanto, que o
ensino não avança e sofre todas as agruras decorrentes da gestão política que
deprime a competência técnica.
iii. O ensino
é ruim também pela administração
Essa plataforma de trabalho almeja
angariar apoio para a governança. Ao invés de pessoal preparado para o
magistério com experiência no funcionamento escolar, encontram-se políticos nos
cargos. Dessa forma, o resultado obtido sobre os índices de rendimento em matemática
e português, por exemplo, revela estar classificado entre os piores do mundo.
iv. Excesso de partidos
para recebimento de verbas
O
Brasil possui trinta e cinco partidos registrados no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE). Existe, em verdade, o fundo partidário originado do Orçamento
da União e destinado à distribuição de recursos entre eles. Desse fato,
observa-se o engano ocorrido. Há dificuldade também de co-existência de tantas
ideologias em somente um país.
v. Redutos políticos
São “aparelhadas”, dentre outras, as
organizações como: escolas, institutos e universidades públicas, sindicatos,
centrais sindicais, federações, confederações, fóruns e associações. Não há reforma do ensino possível que
resolva a questão da qualidade sem se debruçar
sobre esse problema. Sabe-se o que fazer! Falta a iniciativa de começar a percorrer o
caminho.
vi. Protesto na capital
A manifestação recente ocorrida na
esplanada dos ministérios, em Brasília,
promovida principalmente pela Central partidária de trabalhadores, resultou em bombas de
efeito moral, correria, pancadaria, incêndios de carros, gases e destruição de prédios,
despesas efetuadas com camisetas e transporte, etc. Quem acredita nesse tipo de
coisas?
vii. Dificuldade na
obtenção de melhorias
A repercussão desse evento realizado pelas
gestões administrativas das corporações pode ser considerada como a de
iniqüidade social. Enfim, a chefia promovida por membros vinculados a partidos
políticos, dificulta a negociação das relações de emprego entre a categoria e o
patrão. Isto é, torna o processo mais complexo de ser efetivado.
viii. Prejuízo para a
classe e a comunidade
Os acordos que beneficiam a classe, não
são atingidos ou são mais demorados de serem alcançados porque na mesa,
encontra-se frente a frente, a situação e a oposição e não simplesmente a
entidade patronal e o empregado. Se forem do mesmo partido, o pelego poderá ser
então o elemento maligno. O “aparelhamento” mistura
e confunde os objetivos.
ix. A exposição do povo
na rua
Obviamente, o caso contrário, é
verdade. A manifestação de rua ordeira, apartidária e originada da população
surte efeitos positivos. Sensibiliza no sentido de estimular os dirigentes na adoção de posicionamento favorável ao
interesse maior da sociedade: a qualidade do magistério público. Cria enfim, suporte
para a decisão que beneficia o povo.
x. Zelos com a
administração
Esse artigo de opinião desperta para o
retorno da experiência e da competência técnica, sem partidarismos, a serem implantadas
na ocupação de cargos gerais de gerenciamento das instituições brasileiras. A
mudança evita usar pessoas como ”massa de manobra” e também contribui com a
melhoria do ensino que almeja o crescimento da sociedade.
Walmirton Thadeu D’Alessandro
Professor titular da UFG aposentado
walmirton.blogspot.com/
Assinar:
Postagens (Atom)