A greve, i.e., cruzar os braços no serviço acadêmico escolar, como é do conhecimento geral, desencadeia prejuízos que afetam a comunidade. Há de possuir maiores possibilidades de êxito, se deflagrada com o apoio do corpo discente e dos vários segmentos representativos da sociedade organizada, quando somente houver esgotamento das possibilidades de negociação. Esse procedimento dificulta a distorção promovida por partidarismos que objetivam, dentre outros, fortalecerem partidos e desgastar o governo. No entanto, a greve consiste num direito constitucional que deve ser exercido, em última análise, visando estimular a negociação.
A recomendação que aqui se encaminha é a inovação, i.e., a criação de algum mecanismo que possibilita a sociedade acompanhar as condições gerais de oferta do ensino dos três níveis, incluindo o plano de cargos e salários, intervindo quando necessário. Visando evitar repetição anual e a banalização desse instrumento legal de pressão, sugere-se a realização de audiências públicas no Congresso com a conseqüente aprovação de Normas Oficiais a fim de subsidiar e facilitar o processo de conversação e entendimento entre o governo e professores.
A greve precariza:
1) O conceito e a falta de estrutura da escola pública.
2) O índice de aprovação em universidades públicas e a auto-estima da comunidade.
3) O número de matrículas, elevando a evasão escolar.
4) As atividades da rotina diária dos alunos que ficam resumidas a programas de televisão, filmes, internet, etc.
5) O estudo individual, promovendo opressão.
6) A conclusão do calendário escolar.
7) A tramitação dos processos, interrompendo a formatura.
8) O espaço de debates na escola.
9) O atendimento médico pelos HUs.
10) Os demais serviços de saúde: farmácia, nutrição biomedicina, enfermagem, odontologia, educação física, psicologia, fisioterapia, veterinária, etc.
11) A contribuição dos recém-formados com o desenvolvimento da comunidade.
12) As necessidades do povo que são desapreciadas.
13) A recuperação do tempo perdido.
14) O erário estadual, devido aos projetos de empresas que ofertam os “aulões”, para recuperação dos alunos para o ENEM, sem licitação.
15) A comunicação, devido à suspensão das atividades de rádios e TVs universitárias.
16) As chances de emprego dos formandos e/ou as possibilidades de ingresso em pós-graduação, etc.
17) Os restaurantes universitários.